Como lidar com um cônjuge viciado em pornografia
A pornografia molda atitudes e influencia o comportamento. Suas mensagens são tentadoras principalmente porque são fantasias e, assim, apresentadas como sendo mais excitantes do que a realidade. “Pessoas que usam pornografia criam expectativas irreais que prejudicam relacionamentos”, diz certo informe.
A pornografia pode destruir a confiança e a franqueza, qualidades essenciais no casamento. Visto que em geral é feito em secreto, o uso da pornografia muitas vezes leva a enganar e a mentir. O cônjuge se sente traído. Não entende por que seu parceiro não mais o acha atraente.
A situação bateu à porta e entrou. Sem pedir licença ou permissão. A verdade nua e crua é: você tem um cônjuge viciado em pornografia. Como você descobriu ou como ele deixou pistas, não importa. Agora é encarar a situação e lidar com o problema. Antes de entrar em desespero, tente agir com a razão.
1. Leia sinais, mesmo antes de se casar
Há sinais que falaremos em outro artigo sobre como perceber que seu namorado e futuro cônjuge tem problemas com pornografia. Assuma que não existe um limite saudável. Não há como ver pornografia de vez em quando e achar que não vai fazer mal. Assim como não há como beber socialmente e garantir que nunca terá problemas alcoólicos, ou fumar de vez em quando e nunca terá um câncer de pulmão. A melhor medida é não entrar nessa, não aceitar, e estar precavido se acontecer. Uma vez que o cônjuge já admitiu o problema, já é um grande passo.
2. Encare o problema de frente e não o ignore
No Brasil é comum casais irem à motéis e assistirem filmes pornográficos enquanto passam o tempo juntos. Isso traz uma sensação de permissividade e legalidade às relações que não incluem valores ou bem-estar de famílias de forma alguma. Pergunte a si mesmo se vale a pena frequentar tais lugares, e se realmente assistir a um filme pornográfico é a melhor forma de aprender sobre sexo. Será? Em sua grande maioria, mulheres são tratadas apenas como objetos sexuais. E homens são definidos por suas aptidões sexuais. Pense em sua futura ou atual família. É este o tipo de ensinamentos que quer passar para os seus filhos? É este o tipo de relação que quer basear o seu casamento, ou seja, quando houver a impossibilidade de agir desta forma, como sobrepujarão os problemas da vida? A fidelidade estará ameaçada? Pense bem em todos os detalhes.
3. Não se culpe
Não é por sua causa que seu cônjuge vê pornografia. Não tem
nada a ver com a quantidade ou qualidade do sexo entre o casal.
Não é porque você não é bonita ou você é viril o suficiente. Claro
que se você negar ter sexo com seu marido ou esposa, ele ou ela
poderá procurar pornografia porque se sente frustrado, embora
isso também é escolha dele e não seja a melhor forma de resolver
o problema. Mas isso é a minoria. A grande maioria é porque algo
está fora de controle dentro da pessoa. Então não precisa competir pela atenção dele ou tentar apimentar a relação aceitando fazer coisas que ele gosta de ver. Transfira sua aversão à indústria pornográfica, não ao seu cônjuge.
4. A cura precisa do perdão
Quem admite o problema quer se livrar dele, e precisa de apoio e perdão. Geralmente quando o cônjuge descobre o vício em pornografia do outro, acusa-o de adultério, que nem sempre está presente. Outros confundem pornografia com adultério, o que não deixa de ser um tipo de quebra de convênios e promessas feitos nos votos do casamento, mas não constituem o ato em si. Se as brigas escalarem e a ideia de divórcio aparecer, precisa-se de ajuda profissional para vencer o problema.
Seu cônjuge precisa de sua ajuda para se tornar o homem ou a mulher que possam ser. Aí é que o amor entra em campo. Pornografia é egoísmo e é óbvio que machuca a outra parte. Leva tempo para curar todos os sentimentos feridos. Mas antes de desistir, principalmente se houver filhos no casamento, pense que podem ultrapassar esse problema e saírem ainda mais fortes disso tudo.
Acredite, existe ajuda e você não está sozinho.
A pornografia destrói relações amorosas. O apóstolo Pedro, um
homem casado, exortou os maridos cristãos a honrar suas esposas.
O marido que não faz isso descobre que suas orações a Deus ficam
impedidas. (1 Pedro 3:7) Será que observar secretamente imagens
indecentes de mulheres seria honrar sua própria esposa? Como ela
se sentiria se descobrisse isso? E o que pensaria o Deus que levará
“toda sorte de trabalho a julgamento” e que faz “a avaliação dos
espíritos”? (Eclesiastes 12:14; Provérbios 16:2) Quem usa pornografia
tem alguma razão para esperar que suas orações sejam ouvidas por Deus?
Insistir na autogratificação a todo custo é inerente ao uso da pornografia. Assim, ver pornografia é desamoroso. Mina a luta do cristão para manter a castidade e uma posição moral limpa perante Deus. “Isto é o que Deus quer”, escreveu o apóstolo Paulo, “que vos abstenhais de fornicação; que cada um de vós saiba obter posse do seu próprio vaso em santificação e honra, não em cobiçoso apetite sexual . . . , que ninguém vá ao ponto de prejudicar e de usurpar os direitos de seu irmão.” — 1 Tessalonicenses 4:3-7.
A pornografia explora em especial mulheres e crianças. Ela as rebaixa e lhes rouba a dignidade e os direitos. Quem usa pornografia participa nisso e apóia tal exploração. “Não importa quão bom o . . . homem se considere”, afirmam os pesquisadores Steven Hill e Nina Silver, “sua aprovação tácita da pornografia faz dele no mínimo [um insensível] e, no pior dos casos, um misógino [que despreza ou tem aversão às mulheres] com relação à própria pessoa que ele alega zelar”