Transtornos mais comuns apresentados por quem está passando dos limites no uso diário da internet.
As novas doenças provocadas pelo uso da internet
Novas doenças que surgiram - ou pioraram - por conta do uso quase compulsivo da Internet e dos dispositivos digitais móveis e o Excesso de mensagens causa ‘WhatsAppite’, a tendinite do WhatsApp
1-Nomofobia
Basicamente, é aquela terrível sensação que algumas pessoas possuem de ficarem sem celular ou longe dele. Em sentido amplo, pode ser descrito como o medo de ficar desconectado por qualquer motivo. Sabe aquela aflição que se tem quando a bateria do celular está acabando e não é possível carregá-la imediatamente? Esse é o primeiro sinal de que algo pode estar errado. Você pode até achar isso engraçado agora, mas o problema já até foi tema do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders e conta com programas de recuperação para os afetados.
O que é: a ansiedade que surge por não ter acesso a um dispositivo móvel. O termo “Nomophobia” é uma abreviatura de “no-mobile phobia” (medo de ficar sem telefone móvel).
Sabe aquela horrível sensação de estar desconectado quando acaba a bateria do seu celular e não há tomada elétrica disponível? Para alguns de nós, há um caminho neural que associa diretamente essa sensação desconfortável de privação tecnológica a um tremendo ataque de ansiedade.
A nomophobia é o aumento acentuado da ansiedade que algumas pessoas sentem quando são separadas de seus telefones. E não se engane, pois não se trata de um #FirstWorldProblem (problema de primeiro mundo). O distúrbio pode ter efeitos negativos muito reais na vida das pessoas no mundo todo. E é mais intenso nos heavy users de dispositivos móveis
Tanto que essa condição encontrou seu caminho na mais recente edição do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-5, ou Manual Diagnóstico e Estatístico de Distúrbios Mentais) e levou a um programa de tratamento dedicado à Nomophobia no Centro de Recuperação Morningside em Newport Beach, Califórnia. “Estamos condicionados a prestar atenção às notificações dos nossos telefones”, disse Rosen. “Somos como os cães de Pavlov, de certa forma. Você vê as pessoas pegarem seus celulares e dois minutos depois fazerem a mesma coisa, mesmo que nada tenha ocorrido. Isso é impulsionado pela ação reflexa, bem como pela ansiedade para se certificar de que não ter perdido nada. É tudo parte da reação FOMO (Fear Of Missing Out, ou medo de estar perdendo algo).”
Tendinite do polegar (lesão dos celulares): acontece principalmente com quem usa celular do tipo 'touch-screen', onde se usa mais o polegar para digitar. Geralmente, essa lesão causa uma dor na articulação da base do polegar. A dica é segurar o celular com apenas uma das mãos e digitar com o indicador.
2- Tendinite do WhatsApp
Tendinite do polegar (lesão dos celulares): acontece principalmente com quem usa celular do tipo 'touch-screen', onde se usa mais o polegar para digitar. Geralmente, essa lesão causa uma dor na articulação da base do polegar. A dica é segurar o celular com apenas uma das mãos e digitar com o indicador.
Tendinite de punho (lesão dos teclados e mouse): mais comum com quem usam muito notebook ou computador. A dica da terapeuta é levar o braço inteiro na hora de alcançar teclas mais distantes para preservar as articulações.
Dedo em gatilho (lesão do videogame): quem joga muito pode ter uma inflamação no tendão flexor do polegar, um problema grave que pode até precisar de cirurgia para ser resolvido. Para evitar, é importante variar os tipos de movimento para preservar os tendões.
Tendinite dos dedos (lesão dos tablets): como esses aparelhos são pequenos, as pessoas acabam usando os mesmos dedos para manuseá-los, o que sobrecarrega os membros. Apoiar o tablet em uma mesa na hora de usá-lo pode ser o início de uma mudança de postura que pode prevenir esse problema futuramente.
Se você usa o WhatsApp com frequência, cuidado: acaba
de ser descrito o primeiro caso de “WhatsAppite”, tendinite
causada pela utilização excessiva do aplicativo. É o que
escreve a médica espanhola Inés Fernandez-Guerrero em
um trabalho publicado no jornal científico “The Lancet”.
O problema foi diagnosticado em uma mulher que havia digitado mensagens no celular durante seis horas, pelo menos.
A paciente, uma médica de 34 anos e grávida de 27 semanas, apresentou dores nos dois pulsos e nos dedos polegares. Como não existia histórico de traumas nas mãos e atividades físicas intensas não tinham sido realizadas nos dias anteriores, concluiu-se que a tendinite surgiu depois que a mulher passou a data de 25 de dezembro respondendo a várias mensagens de Natal no WhatsApp. Na véspera, ela trabalhara como plantonista em uma emergência.
Porém, para o ortopedista Henrique de Barros, chefe da Divisão de Cirurgia da Mão do Hospitalys, é errado apontar só um culpado nesses casos.
— Não é só o WhatsApp, mas sim o conjunto da obra. A tendinite ocorre pela sobrecarga dos tendões. Quem usa muito esse aplicativo, também costuma digitar e usar o telefone para outras funções por um tempo demasiado. Sem contar que ainda é preciso escrever e fazer as atividades domésticas — explica Barros, presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia do Rio de Janeiro.
Segundo o especialista, a atividade profissional da paciente e o fato de ela estar grávida também não devem ser desconsiderados:
— A gravidez provoca ganho de peso, o que faz os tendões ficarem mais estreitos. Isso facilita o aparecimento da tendinite. É mais provável que o problema tenha surgido pela soma desse fator com a sobrecarga dos tendões.
Tendinite é a inflamação na bainha (invólucro) dos tendões. Esforços repetitivos e também a soma dos diferentes esforços feitos causam o problema.
Segundo Henrique de Barros, a única forma de prevenir a tendinite é não sobrecarregar os tendões. No caso do WhatsApp, evite usá-lo por muito tempo. Para quem precisa utilizar o aplicativo ou o computador no trabalho, a dica é fazer pausas a cada 30 ou 40 minutos para relaxar dedos e pulsos.
3 – Síndrome do toque fantasma
Aquela sensação de sentir o celular vibrando no bolso da calça
ou na mochila, sem que haja nenhuma chamada. Isso parece ser
algo que está se tornando cada vez mais comum entre as pessoas.
Eu mesmo às vezes me pego enfiando a mão no bolso
desesperadamente, achando que é alguém me ligando e não é ninguém.
Segundo afirma o doutor Larry Rosen em seu livro iDisorder, este
fenômeno ocorre com cerca de 70% dos heavy users, ou seja, os
usuários mais intensos – em suma, boa parte de nós! Segundo ele,
estasensação pode estar ligada a uma ansiedade ou mesmo ao prazer
em atender a chamada do celular. O mais leve formigamento já pode fazer
com que o cérebro interprete como o vibrar do celular. Ainda de acordo com
a pesquisa, esse problema poderá evoluir para outras áreas do corpo à medida
que utilizamos mais dispositivos vestíveis: usuários do Google Glass, por exemplo,
poderão passar a enxergar coisas que não estão realmente ali..É a sensação que
algumaspessoas possuem ao interagirem com ambientes digitais, causando
desorientação ou vertigem. Em um caso super recente de manifestação dessa síndrome, temos o lançamento do novo sistema operacional da Apple para iPhones e iPads, o iOS 7, que conta com elementos de aproximação e afastamento dos objetos na tela (zoom in e zoom out). As reclamações de pessoas que sentiam nauseadas com aqueles efeitos foram tão significantes que obrigou a empresa a lançar uma atualização com a opção de desligar o efeito. Com o já aguardado lançamento do Oculus Rift, um dispositivo de realidade virtual que pretende revolucionar o mercado, a coisa pode ficar ainda mais séria para quem já sofre com o problema.
4 – Náusea digital
O que é: a desorientação e vertigem que algumas pessoas sentem quando interagem com determinados ambientes digitais.
A última versão do iOS, sistema operacional móvel da Apple, é uma reivenção plana, versátil e bonita da interface do usuário móvel. Infelizmente, ela também faz as pessoas vomitarem e forneceu o mais recente exemplo da doença.
Assim que a nova versão do iOS foi liberada para os usuários de iPhone e iPad no mês passado, os fóruns de suporte da Apple começaram a encher com reclamações de pessoas que sentem desorientação e náuseas depois de usar a nova interface.
Isso tem sido atribuído em grande parte ao efeito que faz com que os ícones e a tela de abertura pareçam estar se movendo dentro de um mundo tridimensional abaixo do visor de vidro.
Essas tonturas e náuseas resultantes de um ambiente virtual foram apelidadas de ciberdoença. O termo surgiu na década de 1990 para descrever a sensação de desorientação vivida por usuários iniciais de sistemas de realidade virtual. É basicamente o nosso cérebro sendo enganado e ficando enjoado por conta da sensação de movimento quando não estamos realmente nos movimentando.
5– Transtorno de dependência da internet
Essa é fácil saber do que se trata: ocorre quando se possui uma
vontade compulsiva em acessar a internet, mesmo que não se
saiba exatamente o que fazer lá. Em outras palavras, é o uso
irracional da internet e que pode estar ligado a outros problemas
como a depressão, TOC, Transtorno de déficit de atenção,
ansiedade social, baixa autoestima, etc. Não é difícil entender
que algumas pessoas simplesmente não são felizes com a vida
que possuem ou que não se sintam bem na sociedade, acabando
por ver na internet uma válvula de escape extremamente efetiva.
6– Depressão de Facebook
Falando em depressão, a depressão de Facebook ocorre em função das interações sociais dentro da rede ou a falta dessas relações. Eu tenho certeza que você que é usuário do Facebook já passou por essa situação: abrir a sua timeline e se deparar com uma penca de atualizações dos seus amigos com fotos de festas, de viagens, na casa nova, com o carro novo, com o(a) namorado(a), curtindo com os outros amigos… E logo em seguida bater aquela sensação de vazio, de que você não está aproveitando a vida como deveria e blá blá blá. Apenas tenha em mente uma simples e racional constatação: 99,9% das pessoas só vai postar coisas boas em suas timelines, o que não significa de forma alguma que essas pessoas tenham vidas fantásticas! Em suma, não acredite em tudo o que vê no Facebook – ou na internet como um todo.
7 – Vício em jogos online
Em poucas palavras, é a compulsão por jogos online. É bom deixar claro que o vício ocorre quando há uma necessidade irracional de se participar de sessões intermináveis desses jogos. Na Coréia do Norte, por exemplo, já há inclusive uma lei própria para o assunto apelidada de “lei cinderela”, pois corta o fornecimento de internet para todos os jovens menores de 16 anos no período entre a meia-noite e seis horas da manhã. A situação dos jogadores compulsivos é tão grave que a Associação Psiquiátrica Americana já inclui a dependência no índice III, significando que a dependência dos viciados em jogos online éequipara a outros vícios não ligados ao consumo de substâncias químicas, como ocorre com os viciados em jogos de azar.
8– Hipocondria digital
O hipocondríaco é aquela pessoa com mania de doença, que pensa sempre
estar doente. Ohipocondríaco digital é basicamente a mesma coisa, com
um único ponto de diferença: a pessoa que possui esse mal pensa que está
com a doença sobre a qual leu na internet. É bastante comum que nos dias
atuais o Google se torne nosso primeiro médico, no sentido de que muitas
pessoas recorram ao buscador e nele insiram todos os sintomas sentidos,
deparando-se com resultados de uma doença que, na grande maioria dos
casos, não corresponde ao que a pessoa realmente possui. Explico melhor.
Uma pessoa que sofre com dores de cabeça pode buscar por doenças que
possuam esse sintoma e depara-se com a informação de que isso pode ser
um câncer de cérebro, provocando o aumento da ansiedade e tensão já
normais à hipocondria. Ou seja, a pessoa passa a sofrer daquilo que, muito provavelmente, não tem! E nem preciso dizer que é muito melhor – e recomendável – recorrer a um profissional da área, e não à internet.
9– O efeito Google
É a tendência que afeta o cérebro humano em reter menos informações, pois ele sabe que as respostas estão ao alcance de alguns cliques. Essa é outra condição que está se popularizando rapidamente entre as pessoas que utilizam a internet ou dispositivos móveis para tudo. Eu mesmo já não consigo dizer os números dos celulares dos meus amigos mais próximos, porque isso já se transformou numa “memória inútil”, pois basta que eu pegue meu smartphone e lá estarão eles. O mesmo ocorre com endereços e outras informações mais complicadas como datas históricas, informações geográficas, gramática e ortorafia, e por aí vai. E é por isso que há quem ache que a internet e os dispositivos eletrônicos estão nos deixando estúpidos. Mas não é preciso alarde. O Google não é uma coisa necessariamente ruim, como explica o doutor Rosen, pois esse acesso rápido e fácil à informação pode indicar uma população mais informada e esperta. O importante – e que isso fique bem claro – é que tenhamos consciência de que é sim importante reter algumas informações sem ajuda da tecnologia e isso precisa ser dito, principalmente, às nossas crianças e estudantes.